quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Milde – Parte 1

Uma enorme alegria de proporcionar uma vida digna é o que sinto todos os dias quando acordo e vejo a Milde toda feliz e serelepe vir me cumprimentar...
Eu sempre tive vontade de adotar um cachorro de rua... por minha vontade, adotaria todos, mas eu não posso abraçar o mundo e eu não sei cuidar pela metade, ou seja, fica caro cuidar bem de um cãozinho, ainda mais quando este morou na rua e requer muitos cuidados para que possa conviver com seus outros animais, entre outras coisas.
Na minha concepção, não adiantaria eu sair pegando todos os cachorros (como tenho vontade de pegar), e não cuidar da forma que merecem.
Simplesmente pegar um cachorro e trancar num canil sem condições, talvez estejamos podando a possibilidade que esse um dia teria de ter uma vida mais digna (ou não, é uma incógnita). Sei que da forma que penso e fiz é o que eu tenho condição...

A Milde apareceu no meu trabalho no dia 28/12/2010, eu não estava, mas já fui avisada da presença de tal criaturinha. Pois quando você gosta de algo, principalmente de cães, todos te avisam, todos têm uma história pra te contar e todos acham que você é a SALVAÇÃO. rs
A Gabi, que também é uma protetora, disse que chegou completamente molhada e muito arisca. Entrou embaixo de um banco da recepção do prédio e dali não queria sair mais Foram dias de muita chuva.
Também não trabalhei no dia 29/12/2010 e só trabalhei no dia 30/12/2010 porque entraria de férias e precisava deixar a casa arrumada.
Quando cheguei no dia 30, logo já fui apresentada à Estrela... uma cachorrinha pretinha, magrelinha, parecendo uma poodle bem velha e sofrida, mas com um olhar doce, muito doce.
Passei o dia tentando fazer campanhas de adoção... me dispus a castrar, vacinar, vermifugar e NADA. Ninguém se manifestou.
Muita gente quer, gostaria de fazer, mas nada faz... Quando nada eu pude fazer, doava ração para uma ONG.

Ao longo do dia foram essas tentativas... e NADA! Liguei para minha mãe dizendo que levaria uma cachorrinha... minha mãe um pouco resistente disse não, apesar de amar muito os animais, como eu.
Várias vezes no dia levei ração e água pra ela... ela entendia que tinha alguém que estava cuidando... e não saia da porta.
Foi chegando um momento que fui ficando sozinha... todos já estavam saindo para o feriado prolongado, a Universidade fecharia por 3 dias, e parecia que restavam apenas eu e Milde por aqui...
Eu não passaria o feriado e as férias sem pensar naquela cachorrinha doce e de carinha carente...
Quando foi chegando o momento de ir embora enchi todas as vasilhinas possíveis de ração e água... mas com a certeza que seria difícil para ela conseguir administrar a quantidade em 3 dias.
Eu resisto levar pra casa pelo menos 1 cachorro por dia... eu não consigo contar quantos eu já quis levar e não levei, até mesmo por juízo, mas esse dia eu não resisti. Parece que eu sentia que ela precisava de mim. Coloquei a cachorrinha debaixo do braço e levei...
Primeiro passo foi levar num petshop para tomar um bom banho. Ali mesmo já soube que ela estava livre de pulgas e carrapatos e também problemas de pele.
Olha... ela vomitou MUITO no meu carro... sorte que eu não tenho apego nenhum por ele... pêlos de cachorro são mais encontrados no meu carro do que combustível.
Levei pra casa... Melina, minha cachorra de 4 anos e muito mimada cheirou, mas não deu muita confiança à companheira... Inicialmente eu fazia campanhas diárias de adoção... mas sem NENHUMA manifestação.
Sofri com a resistência do meu pai e até a “ameaça” de devolvê-la às ruas...
Mas eu não arredei o pé e insisti em continuar cuidando daquela doce criaturinha que me olhava (e ainda olha) com o maior olhar de gratidão que eu já vi.
Logo escrevo a 2ª parte...

Nenhum comentário:

 
eXTReMe Tracker