Desde pequena só de pensar em voar já sentia calafrios. Um medo tal qual o medo de cobras, vai entender.
E por tantos anos sempre me esquivei de qualquer possibilidade de voar. Até passagem comprada e cancelada já tinha rolado, com direito a multa e tudo mais. O medo é algo que nos faz perder várias coisas... e dinheiro é uma delas, fato!
De um tempo pra cá passei a perceber que voar seria inevitável caso eu quisesse realizar sonhos de conhecer lugares mais distantes, não enfrentar certas estradas, entre outras coisas.
Mas mesmo assim o MEDO, aquele medo desde pequena, falava mais alto e a minha história com aviões foi adiada até agora que tenho 30 anos.
Pois bem, com 30 anos e 15 dias esse medo foi “superado”. Sim!!!! Eu “muntei” naquele bichão enorme e voei pra SP. E logo na semana do acidente da Air France :(, quando não se fala em outra coisa a não ser a queda do avião e suas hipóteses e bla bla blas. Isso nos faz imaginar coisas...muitas coisas...
Então deixa eu descrever pra vc’s o que é uma jacu da roça voando.
Primeiro a parte chic.
Chegar ao aeroporto, empurrar as malas num carrinho, fazer pose de quem ta podendo e ir fazer o check-in. Obviamente o voo foi acompanhado. Sozinha JAMAIS, baby! Estava eu e minhas irmãs e um dos meus cunhados. Isso fez com que eu deixasse meu namorado e meu outro cunhado sob aviso: caso aconteça alguma coisa, por favor, ajude meus pais... É desse jeito! Quem tem medo de avião, acha que cai um avião a cada 2 voos.
Enfim check-in feito, malas pesadíssimas indo para o esperado frio de SP.
Entrando no avião.
Puxa! Continua a parte chic da coisa... entrar no tunelzinho pra andar num avião e tal, mesmo num avião da Gol parecia algo muito chic pra mim, mas a descrição da minha irmã e de outras pessoas era realmente verdade, o avião por dentro é um ônibus grande. Nada chic!
Sentada, cinto afivelado, orientações lidas. Tudo feito como manda o figurino de um marinheiro de primeira viagem.
Talvez essa parte inicial tenha demorado mais que o voo inteiro. Aí comi chocolate feito doida. Chocolate me acalma.
O início do voo.
Pouta que pariuuuuu! Eu não tinha noção do barulho e força das turbinas... sério... sério mesmo!!! Agarrei na cadeira, segurei no encosto de braço e vamos embora. Senti uma pressão do caramba!!!! Nuuu... não só nos ouvidos, mas como se meu corpo todo tivesse muitooo pesado (não que isso seja uma inverdade hauahua).
E o bichão lá... subindo, subindo, subindo...
O voo...
Minha irmã foi na janela. Eu preferi ir do lado, mas a curiosidade (típica dos geminianos), mesmo com medo me fazia olhar. Puxa vida! Que coisa divina, ou melhor, Divina, pq é de Deus mesmo. As cidades, os rios, Furnas... Putz! Tudo maravilhosamente pequeno lá de cima.
Mas eu olhava na janela e voltava e agarrava na minha cadeira. Aquilo ainda não era normal pra mim. Talvez fosse melhor olhar para o corredor e imaginar que aquilo era realmente um ônibus gigante em terra firme. Aí vieram as distrações... o mini lanchinho, depois uma balinha e a cada turbulência (muito pequenas, por sinal), eu olhava pra cara dos comissários. Minha irmã havia me "ensinado" isso... "Olhe para os comissários, se eles estiverem calmos e servindo normalmente, é pq tudo tá normal". Claro que usei a tática o voo inteiro.
Hora de aterrissar.
Genteeeeeee!!!! Ao mesmo tempo que essa foi a parte de mais medo, visto que eu aterrissaria em Congonhas, foi uma das mais bacanas e bonitas. Sei lá porque, deve ser por alguma manobra para ficar no local certo frente à pista, mas ACHO que vi o mar lá de cima. Incrível!!!!! O mar, as praias... tudo lindo demais!! Não sei se era o mar ou alguma represa, mas não dava pra ver nada depois, só uma imensidão azul, o que nos fez concluir ser o mar...
Aí o avião volta seu bicão para aquela “selva de pedra” e vai descendo, descendo, chegando perto dos prédios, descendo mais, descendo, aproximando de prédios, avenidas e sei lá o que mais... e naaaaada de tocar no solo. Cadê a terra firme????? Fiquei assim... “desce trem... desce trem”... Sou mineira, uai. Até que tocou no solo, reversos acionados no TALO, uma PUTA força praquele bichão parar.... Ufff... Parou...
Rezei, agradeci a Deus por deixar que eu conte pra minha mãe e para o meu namorado como foi essa experiência e bora!
Dentro de congonhas vi uma atriz do Zorra Total, pegamos as malas e rumo ao hotel.
Em SP.
Em SP foi uma correria sem fim. 25 de março, Bar do Juarez, Bom Retiro, Rodízio e Casamento... Tudo isso de sexta 12:00 até domingo 12:00. 48 horas de pilha Duracell. Muitoooo bom! 2ª vez em SP e continuei adorando a cidade (para passear, morar noooo).
A volta.
A volta foi bem mais tranquila, apesar de que a decolagem em congonhas também era uma etapa a ser superada, mas o Paulo Zulu estava no mesmo voo que eu. Então tava tudo mais tranqüilo! Hahaha
A aterrissagem em Confins é 1 milhão de vezes mais tranquila e leve que congonhas, visto o tamanho da pista e por não ter prédios no entorno.
Mas é isso! Muito frio na barriga, assim como um brinquedo de Playcenter, mas sem poder gritar! ;-)
Depois de mais um treino desse animo até dar uma volta ao mundo!